A verdade atual é: o comércio formal de CDs está enfraquecendo vertiginosamente devido à pirataria, e lojas do ramo estão fechando, já fecharam ou vão fechar as portas. A indústria aponta como culpada a rede mundial de computadores, o ambiente perfeito para a troca ilegal de arquivos - por ser um campo completamente virtual e fora de controle. Se a lei diz que é "proibida a reprodução, execução pública e locação desautorizadas" de obras audio-visuais, por que que desde mil novecentos e antigamente são fabricados e vendidos - em larga escala - gravadores (caseiros) de vários formatos de som e imagem (K-7, VHS, CD, DVD, etc.) a qualquer cidadão que queira adquirí-los?!!!
A meu ver, isso é um grande contra-senso que sempre estimulou a prática de copiar músicas e filmes indiscriminadamente, o que na era da internet ganhou proporções ainda maiores. Um artista estabelecido no mercado musical como o Moby é sincero ao dizer preferir que as pessoas "façam um download ilegal à possibilidade de elas não escutarem [sua música]", ou seja, ele tem a consciência de saber ganhar e perder diante dessa realidade, pois quem o consagra é o público.
O ciberespaço prova que a melhor plataforma de divulgação - para um músico expor a sua arte - são as redes sociais, que permitem trabalhar cada canção como se fosse um single (em formato mp3) e a interação com usuários de todos os gêneros (fãs de carteirinha, audiófilos, ouvintes casuais, etc.). É preciso dar liberdade de escolha a cada um a fim de democratizar, e não impor à força - por meio de marketing altamente agressivo - o que deve ou não ser ouvido/consumido.
O "disco" - conceitualmente falando, não a mídia física - morreu, agora quem seleciona o repertório é você (DJ de si mesmo) - de posse de um tocador portátil, um PC e... um clique! Como cantava Gonzaguinha, "quando eu soltar a minha voz por favor entenda" que o meu palco está montado sobre nuvens (rede de difusão e armazenagem de dados digitais) e a minha platéia é o mundo conectado.