<a href="http://supravidasecular.bandcamp.com/album/ritmada-eloquencia-poetica-vol-i-ep">Causa Primaria by S.U.P.R.A. Vida Secular!</a>

terça-feira, 12 de junho de 2012

#BossaNovaNossaDeCadaDia

Num belo e tranqüilo dia, sentado à mesa de um bar na zona sul carioca e bebendo chope junto dos amigos (em 1966), Tom Jobim é chamado pelo garçom e se dirige ao telefone para atender uma chamada internacional.

Do outro lado da linha, era Frank Sinatra convidando-o para gravar um disco. O repertório sugerido pelo cantor norte-americano seria composto por canções do músico brasileiro.

Pouco tempo depois, Jobim embarcou para os Estados Unidos. Lá chegando, gravou com Sinatra - entre os dias 30 de janeiro e 1º de fevereiro de 1967 - o álbum Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim, no qual Tom toca apenas violão e que inclui as músicas "Dindi", "Insensatez" e "Garota de Ipanema". Na época do lançamento, o disco entrou para a lista dos melhores do ano, dividindo a preferência da crítica com outro clássico, Sgt. Pepper`s Lonely Hearts Club Band (dos Beatles).

Em 1969, o cantor e o compositor encontraram-se novamente em estúdio para a gravação de um novo álbum, mas este jamais foi lançado oficialmente, pois Frank ordenou à gravadora Reprise que vetasse o projeto por considerar sua própria interpretação ruim (o que não é verdade!). Durante anos, muitos desses fonogramas ficaram fora de catálogo e se tornaram raros, mas para a alegria dos fãs e audiófilos, todas as 20 músicas gravadas em parceria por Sinatra e Jobim foram reunidas num único CD chamado The Complete Reprise Recordings: Francis Albert Sinatra & Antonio Carlos Jobim - já à venda, sendo este tesouro musical um verdadeiro artigo de colecionador.

O alemão Claus Ogerman e o brasileiro Eumir Deodato foram os arranjadores responsáveis pela beleza orquestral das canções, respectivamente nas sessões de 1967 e 1969. Clique aqui e ouça!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

#SambaEsquemaNossoDeCadaDia

Em 1963, o jovem músico Jorge Duílio Lima Meneses lançou seu primeiro álbum revelando todo o seu suingue ao violão e cantando letras bem humoradas (seja satirizando o cotidiano ou falando de amor). Aos 18 anos de idade, o rapaz já era conhecido como Jorge Ben e o longplay de estréia - que décadas depois tornaria-se um clássico - chama-se Samba Esquema Novo. O repertório composto de 12 canções foi inteiramente gravado com a banda Os Copa 5, do saxofonista tenor J.T. Meirelles (responsável pelos arranjos).

A primeira faixa do disco - Mas, Que Nada - talvez seja atualmente uma das músicas brasileiras mais conhecidas no exterior, já que Sérgio Mendes e Will.I.Am fizeram uma versão rap em 2006 interpretada pelo Black Eyed Peas com a participação do pianista niteroiense. Com seu estilo inconfundível e a levada do seu samba-rock, Ben influenciou muitos artistas nos anos que se seguiram, além de ser um compositor muito cultuado e regravado. Outros fonogramas bastante populares desse mesmo álbum são Balança Pema, Chove, Chuva e Por Causa De Você, Menina.

O ataques jazzísticos de metais e o sambalanço do contrabaixo ou do violão têm as características da sonoridade típica da época das gravações analógicas: simples e sem truques (deixando uma incrível sensação de saudade de um tempo que não vivi). Destaque para as faixas Vem Morena Vem, Rosa Menina Rosa e Menina Bonita Não Chora. Salve, Jorge. Clique aqui e ouça!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Explode Coração

Embora o homem tenha partido para morar junto ao Senhor nas Alturas, a obra permanece viva na memória dos carnais e sendo assim... o imortal Gonzaguinha "é" um dos compositores mais profundos da música popular brasileira; um homem que cantava o sentimento puro, a dor, o sofrimento, o amor, a labuta, a emoção à flor da pele.

O príncipe com cara de operário - que construía suas canções à base de lágrimas, suor e sangue - era filho do Rei do Baião Luiz Gonzaga, artista que modernizou um ritmo tipicamente rural e acabou conquistando grandes cidades como Rio de Janeiro e São Paulo entre as décadas de 1970 e 80.

Do pai nordestino, herdou o talento musical e também foi influenciado pela malandragem do samba carioca bebendo na fonte do lugar onde foi criado: Morro de São Carlos (bairro do Estácio - R.J.). L.G. Jr. é autor e intérprete de clássicos atemporais como E Vamos À Luta - homenagem ao digno cidadão brasileiro que não foge da raia e segura o rojão - e A Cidade Contra O Crime - crônica do cotidiano violento narrada com senso de humor -, letras emblemáticas de uma época em que a televisão frequentemente exibia programas especiais privilegiando importantes músicos e cantores do cancioneiro verde-amarelo.

Em 1981 foi ao ar pela TV Globo o especial Luiz Gonzaga do Nascimento Junior - da Série Grandes Nomes, dirigida por Daniel Filho e produzida por Guto Graça Mello -, na gravação histórica, Gonzaguinha interpreta 20 músicas, das quais 18 foram escritas por ele e têm arranjos feitos por Jota Moraes, Eduardo Souto Netto e Paulo Maranhão. Além de contar com a presença de ótimos instrumentistas do quilate de Wagner Tiso, Pascoal Meirelles e outros, o sambista Roberto Ribeiro e o velho Gonzagão fazem duetos emocionantes com o magrinho barbudo de voz marcante.

Eu apenas queria que você soubesse (ou talvez já saiba) que o registro em áudio e vídeo que jazia nos arquivos da emissora foi restaurado e lançado em DVD, com aproximadamente 45 minutos de duração. Vale a pena se emocionar com pai e filho cantando Légua Tirana e Vida de Viajante. Viva o Moleque Luizinho!!!